Esse é um tema que tem crescido bastante nos últimos tempo, especialmente, em virtude do momento pandêmico que o mundo passa. Mas, afinal, você sabe o que é um relacionamento abusivo e quais são os seus estágios?
Antes de defini-lo é importante mencionar que a relação abusiva pode ser observada partindo, tanto do homem para mulher, como vice-versa. Embora a primeira opção seja a mais frequente e será nela que iremos focar (claro, aqui é O Portal da MULHER).
Dito isto, cabe informar que, se antes da pandemia as estatísticas já eram assustadoras, agora os números revelam que as pessoas, em especial as mulheres que sofrem abusos, estão vivendo uma grande batalha, a qual podemos comparar a um “campo de guerra” no âmbito familiar.
Definição de relacionamento abusivo
O relacionamento abusivo é definido como aquela a relação que provoca abusos ou desconfortos de ordem emocional, física, sexual e econômica para com um dos parceiros.
Outro ponto importante a ter em mente é que o relacionamento abusivo terá sempre uma relação forte com o PODER, onde o abusador vai exercê-lo para manipular e controlar a mulher.
Muitas vezes é difícil a mulher notar que está envolvida em uma relação abusiva. Isto porque, normalmente, uma relação nasce saudável e vai se tornando abusiva com o passar do tempo.
Assim sendo, à medida que o tempo vai passando, o controle e a manipulação sobre a mulher vão se intensificando, até o ponto de torna-se insustentáveis.
Os tipos de relacionamentos abusivos
Como dito, há diversos tipo de relacionamentos abusivos. Descrevo aqui os tipos e suas características.
Abuso emocional ou psicológico
Está relacionamento com toda ação que o abusador provoca com o objetivo de causar dano à autoestima, dignidade, identidade ou ao desenvolvimento da pessoa.
Estas ações normalmente se iniciam na casa do casal. Posteriormente, são cometidos em lugares públicos ou em ambiente social frequentados por eles (na presença de familiares, amigos e até no ambiente do trabalho).
Isto inclui ameaças, humilhações, chantagens, cobranças de comportamento, discriminação, exploração, crítica pelo desempenho sexual e proibições que provocam isolamento dos amigos e familiares.
Dentre as modalidades de violências existentes, está é a mais difícil de ser identificada porque, embora ela seja bastante frequente, leva a mulher se sentir desvalorizada, sofrer de ansiedade e adoecer com facilidade.
Até porque, em alguns casos, o abusador consegue “convencer” a vítima de que ele está certo ou que faz isso por amor.
Essas situações podem se arrastar por muito tempo e, quando atingem o ápice em abusos, podem até levar a pessoa a provocar suicídio.
Abuso Físico
O abuso físico ocorre quando o abusador causa à vítima, agressões utilizando a sua própria força física, algum tipo de arma ou qualquer outro objeto.
É importante mencionar que tanto o uso da força física ou das armas e objetos, pode provocar ou não lesões na vítima.
Quando causam lesões, estas podem ser externas, internas ou ambas.
Esta violência pode ser manifestada de várias formas, como: tapas, empurrões, socos, mordidas, chutes, queimaduras, cortes, estrangulamento ou lesões corpóreas resultantes de armas ou outro objeto.
Este tipo abuso é mais fácil de se perceber. Seja pela própria vítima ou por quem convive com ela. Exceto, nos casos em que a violência não deixou “marcas” no corpo.
Abuso Sexual
O abuso sexual ocorre quando o abusador submete a mulher a ter relações sexuais, de modo forçado e sem consentimento.
Nota-se que esse tipo de abuso, por vezes, se utiliza da persuasão ou indução para “convencer” a vítima a manter relações sexuais.
No entanto, há também abusadores que utiliza a força física para consumar tal fato.
Embora pareça estranho, mas o fato é que há muitas mulheres que são abusadas sexualmente pelos próprios maridos. Seja usando a força física, assim como, manipulando ou chantageando-a para tal.
Portanto, este tipo de abuso, geralmente é cometido juntamente com outros tipos de agressões (físicas ou emocionais).
Abuso econômico
O abuso econômico ocorre quando o abusador tira os meios financeiros que possam gera autonomia na vítima.
Neste caso, o abusador tem como objetivo deixar a vítima dependente financeiramente dele, de modo que não tenha recursos para sobrevivência sozinha.
Essa forma de abuso pode ser considerada como uma subcategoria de abuso emocional, pois, produz os mesmos efeitos psicológicos que abuso emocional causam.
Os estágios de um relacionamento abusivo
Como já mencionado, o relacionamento abusivo possui estágios que, de modo gradual, vai se intensificando e por isso, muitas vezes, passa sem que a vítima perceba que está passando por isso. Portanto, ele tem fases. Veja abaixo:
Estágio 1: xingamentos e humilhações
Nesse estágio, o abusador provoca ofensas verbais, xingamentos, humilhações e crises de ciúmes. Atenção especial a este último, pois o abusador justifica seu ciúme devido ao “excesso de amor”.
Neste sentido, é essa fase se inicia a violência psicológica, onde o abusador sutilmente, começa o processo de manipulação e controle da vítima.
Estágio 2 – Agressões psicológicas e físicas
Nesse estágio, a vítima continua vivendo o abuso psicológico. Entretanto, o abusador, também comete a violência física.
Portanto, observa-se a ocorrência de beliscões, empurrões, tapas, socos, chutes, pontapés, etc.
Nessa fase, a vítima já toma consciência que que está vivendo em um relacionamento abusivo, uma vez que as marcas ficam visíveis, como: olho roxo, dores e marcas pelo corpo, cortes e ossos quebrados.
Além disso, o agressor também proíbe a vítima de encontrar com seus familiares e amigos mais próximos.
Vivendo toda essa situação, a vítima também se sente envergonhada de manter firme essas relações pois, as marcas das agressões físicas são claramente visíveis.
Portanto, nessa fase obsertva-se o isolamento social. Em alguns casos, a mulher tem que pedir demissão do trabalho ou acaba sendo demitida por ausências em excesso.
É neste estágio que geralmente as mulheres decidem sair da relação, pedem separação e fazem a denúncia na delegacia.
Estágio 3 – O “arrependimento” e o retorno
É nessa fase que o abusador percebe que está perdendo o controle sobre a vítima e entra na fase do “arrependimento”.
Nesse estágio o casal reinicia uma “lua de mel” pois além de agradar intensamente a mulher, ele diz que se arrependeu e que nada disso irá se repetir novamente.
Entretanto, essa atitude é mais uma estratégia de manipulação utilizada pelo agressor. O objetivo dele é que a mulher acredite no seu “arrependimento” e, consequentemente, volte a ter o controle sob ela.
Infelizmente, é nesse estágio que muitas mulheres perdoam o seu parceiro, voltam a relação e, depois de um determinado tempo, TODO O ABUSO RECOMEÇA!.
Cabe mencionar que muitas mulheres acabam vivendo os estágios do relacionamento abusivo por várias vezes em uma única relação.
Quando isso torna-se recorrente é preciso ficar muito atenta porque, normalmente, os abusadores vão intensificando o grau de abuso e pode chegar a cometer uma fatalidade.
Queridas, FIQUEM ATENTAS!
Para finalizar
O relacionamento abusivo deixa a vítima muito abalada psicologicamente, as vezes, até sem perceber e se dar conta da gravidade do problema que enfrenta. Entenda melhor lendo: Porque as mulheres permanecem em um relacionamento abusivo.
Além disso, é importante saber que que grande parte dos agressores não entendem o seu comportamento como inadequado e que aqueles que identificam, raramente procuram ajuda de modo voluntario.
Eu sugiro que, caso você esteja vivendo uma relação abusiva, independente dos estágios mencionados acima, procure ajuda terapêutica especializada. VOCE TAMBÉM PODE FAZER UMA DENÚNCIA.
O NÚMERO 180 recebe denúncias de violência contra a mulher. Você pode, inclusive, fazer a denúncia anonimamente.
Segundo a Agência da Câmara de Deputados, a linha atende denúncias de quaisquer violências contra a mulher e não apenas de violência física. São registradas denúncias como: xingamentos, exposição indevida, ameaças, intimidações ou assédio.
Caras leitoras que passam por essa situação, eu desejo profundamente que vocês saiam o quanto antes desse tipo de relacionamento. Acredite, dê o primeiro passo, sejam fortes e acima de tudo, sejam felizes. Não aceite menos que isso!.
Por fim, eu sei o quanto tudo isso abala nossa vida emocional e psicológica. Assim eu recomendo que busque um ajuda e minha sugestão é uma imersão em sua criança interior, realizado por uma das maiores especialistas do Brasil no assunto. Clique Aqui.
Um grande e respeitoso abraço!
